De antigos aliados, Robério e Ronaldo se tornaram inimigos capitais...
O que se passa atualmente em Eunápolis é mais do que uma crise política local. É uma demonstração clara de como figuras que acumulam poder e influência tentam manipular instituições para atender a interesses pessoais — neste caso, protagonizado pelo ex-deputado federal Ronaldo Carletto.
Carletto, outrora um dos principais aliados do atual prefeito Robério Oliveira, parece ter perdido qualquer senso de bom senso e de limite desde que o vínculo político entre ambos foi rompido. O que era antes uma aliança de conveniência, sustentada por declarações públicas de lealdade e promessas de apoio irrestrito, se transformou numa cruzada pessoal movida por mágoas, vaidades feridas e, tudo indica, por negócios contrariados.
O motivo nada republicano
Há quem afirme que o estopim do rompimento foi a recusa do atual prefeito em ceder às pressões para contratar empresas do grupo controlado por Carletto, que atua através de terceiros nas áreas de transporte, limpeza urbana e até mesmo pavimentação. Se for verdade, temos um ex-parlamentar que perdeu não um aliado, mas um balcão de negócios — o que, por si só, já seria grave.
O que veio depois foi ainda pior: uma sequência de pressões e ações judiciais que beiram o abuso do direito de petição. Não é nenhuma coincidência que o ex-deputado, mesmo fora dos holofotes legislativos, continue exercendo forte influência nos corredores do Judiciário baiano e nacional. E é justamente essa influência maligna e nada republicana que ele tem usado como instrumento de perseguição — tentando, a todo custo, cassar o mandato de Robério Oliveira e anular o resultado das urnas.
Essa obsessão política, travestida de zelo legal, não engana mais ninguém. Trata-se de um ataque frontal à soberania popular e à democracia. Carletto, que não detém capital político real em Eunápolis, tenta tomar à força, nos tribunais, o que jamais conseguiria conquistar pelo voto. E isso é tão perigoso quanto desonesto.
Defendendo a própria mágoa
A postura do ex-deputado não apenas desrespeita o eleitor — que escolheu o atual prefeito de forma legítima — como também prejudica todo o município, que fica travado entre liminares, incertezas administrativas e uma instabilidade criada artificialmente por alguém que já teve poder demais e não aprendeu a lidar com a perda de controle.
É hora de dizer com todas as letras: Ronaldo Carletto não está defendendo a legalidade, nem tampouco a moralidade pública. Ele está defendendo a própria mágoa. Está usando sua influência política e jurídica para se vingar de quem ousou lhe dizer “não”.
Eunápolis não pode continuar sendo palco da revanche de um coronel moderno que acredita que tudo — inclusive a Justiça — pode ser colocado a seu serviço. A cidade merece paz, estabilidade e, acima de tudo, respeito à vontade popular.