A apreensão cinematográfica de sete modernos e potentes fuzis de guerra, neste sábado, na Fazenda Tabatinga, às margens da rodovia para Eunápolis, quase em frente ao anel viário, à Faculdade Atenas e o Loteamento Portobello, revela mais do que a presença ostensiva do crime organizado em Porto Seguro. Revela sobretudo a omissão, a cumplicidade e o apoio silencioso de uma gestão municipal que se diz conservadora, mas que age como verdadeira aliada dos marginais travestidos de "lideranças políticas".
O atual prefeito, que em palanques se vende como homem da “direita e do bem” (só se for dos bens. né? ) e defensor da ordem, é hoje o principal fiador político de um sistema de invasões criminosas travestidas de movimento social. Sob seu mandato, ex-secretários petistas com passagens nebulosas, vereadores fisiológicos e líderes comunitários de fachada tomam conta do cenário, articulando com facções e traficantes o controle territorial da cidade.
O caso da Tabatinga, pertencente ao empresário Moacir Andrade, é simbólico: entre os articuladores da invasão, ninguém menos do que um ex-secretário municipal justamente da Agricultura, petista notório e envolvido em escândalos antigos; um ex-presidente do transporte alternativo; um ex-cabo da PM acusado de abuso sexual contra menores; e um suposto chefe do tráfico local. Todos com padrinhos políticos e proteção institucional garantida.
E onde estão os vereadores? Ao lado do prefeito, legitimando as invasões, discursando em nome do povo enquanto enterram a legalidade. Parece que transformaram o Legislativo em extensão da milícia urbana, aprovando pautas convenientes, blindando aliados e fingindo não ver que Porto Seguro se tornou a capital baiana da impunidade.
CDA: O Estado Contra a Propriedade
Mais grave ainda é o papel da CDA (Comissão de Desenvolvimento Agrário), sob o comando do governador Jerônimo Rodrigues, que, em vez de garantir o direito de propriedade e colaborar com a Justiça, entra com petições absurdas nos processos de reintegração de posse, confundindo crime com pobreza, invasor com vítima, e empurrando os julgamentos para o limbo , enquanto as edificações se consolidam, para tonar praticamente imposssivel a reintegração das áreas aos legítimos proprietários.
Enquanto isso, o prefeito e seus vereadores amestrados fingem representar o cidadão de bem, mas entregam a cidade nas mãos de quem está armado até os dentes. Fingem combater o crime, mas o alimentam com cargos políticos, promessas e omissão. O cidadão está refém. A cidade está sitiada. E a democracia local virou escândalo internacional.
Porto Seguro precisa despertar. Não se trata mais de diferenças eleitorais ou ideológicas, mas de sobrevivência civilizatória. O que está em jogo é a fronteira entre a lei e a barbárie. Já chegamos no limite da violência para uma cidade que sonha em se manter na vanguarda do turismo nacional e internacional. E não há neutralidade possível quando o poder público se alia ao crime.
Que a polícia continue seu trabalho. Que o Judiciário faça sua parte. E que os eleitores saibam quem são os verdadeiros inimigos da ordem.