Se existe um tema que conheço com certa propriedade, é a luta pela legalização do chamado transporte alternativo — hoje denominado transporte complementar, justamente para destacar seu papel de apoio ao sistema público existente, carente de eficiência.
Participei ativamente desse processo ao lado da ex-prefeita Cláudia Oliveira, que, mesmo diante de inúmeras pressões contrárias, decidiu legalizar cerca de 180 veículos, organizados em 9 associações. Foram inúmeras reuniões, diálogos longos e difíceis, convencimento persistente. Um esforço coletivo que, infelizmente, não encontrou eco em boa parte da própria categoria beneficiada.
O que se viu foi desunião, vaidade e oportunismo político. Às vésperas das eleições regionais e estaduais de 2018, líderes do próprio setor romperam os pactos e acordos firmados e passaram a negociar seus apoios com candidatos totalmente estranhos à realidade local, priorizando interesses pessoais e os tradicionais “trocados no bolso” em vez de consolidar uma conquista histórica.
Mas o pior veio depois: ofensas pessoais contra Cláudia Oliveira, mulher, gestora e mãe de família que nada fez além de buscar a união das associações e a legalização da atividade. Atitudes lamentáveis que beiram a grosseria e a ingratidão — e não há como suavizar essas palavras, sobretudo em relação àqueles que trocaram o respeito e a gratidão por algum cargo de funcionário fantasma na prefeitura, como é de domínio público na cidade.
CASTIGO MERECIDO
Agora, anos depois, o Tribunal de Justiça da Bahia declarou a ilegalidade do transporte complementar, em meio à omissão total da atual gestão municipal, que absolutamente nada fez em defesa da atividade. Uma decisão que, mais do que legal, soa quase como um castigo moral, um ajuste de contas com quem cuspiu literalmente no prato que comeu.
Hoje, os antigos defensores da classe estão completamente perdidos, sem rumo, sem liderança, sem pai e sem mãe. E, como diria o ditado popular: colhem apenas o que plantaram.