Impressiona e causa espécie a narrativa atual da grande imprensa sobre a tentativa de “golpe do 8 de janeiro". Tanto por parte da imprensa seletiva, quanto por parte, principalmente, de alguns ministros do STF e dos políticos que apoiam a aplicação de penas no mínimo desumanas, cruéis e absolutamente desproporcionais para os acusados.
Não precisa ser nenhum bolsonarista – e eu não defendo um falastrão e covarde destes, sob hipótese alguma – para se perceber que a história vem sendo
propositalmente retratada de forma enviesada. Ou seria falta de memória? Ou quem sabe de desconhecimento sobre a tentativa dos então terroristas de esquerda – financiados e treinados por Cuba e pela extinta União Soviética – inclusos Dilma, José Dirceu e tantos outros petistas, que cometeram assaltos a bancos, atentados com bombas, homicídios, sequestros e crimes hediondos diversos?
Anistia ampla, total e irrestrita
Para quem não sabe ou não se lembra, mesmo com a extrema violência empregada antes e pós 1964, todos os terroristas - estes sim, terroristas mesmo - foram anistiados em 1979 pelo ex-presidente João Baptista Figueiredo, casualmente um militar, que concedeu o perdão aos perseguidos políticos (que a ditadura militar chamava de subversivos) e, dessa forma, pavimentou o caminho para a redemocratização e pela volta deles ao Brasil.
Foram anistiados tanto os que haviam pegado em armas contra o regime quanto os que simplesmente haviam feito críticas públicas aos militares. Graças à lei, exilados e banidos voltaram para o Brasil, clandestinos deixaram de se esconder da polícia, réus tiveram os processos nos tribunais militares anulados, presos foram libertados de presídios e delegacias.
E agora, partidos dos próprios anistiados, após terem sido condenados, presos ou exilados por motivos muito mais graves, se colocam contra a anistia até mesmo para quem ousou escrever simplesmente com batom “perdeu, mané”, em alusão à uma provocação feita pelo ministro Luís Barroso, a exemplo da "namoradinha" - ou seria namoradeira? - do Brasil, a ministra Gleise Hofmann, a qual chega a ser ridícula em seus argumentos em favor de condenações totalmente desproporcionais em relação aos "graves" crimes particados pelos manifestantes, em sua grande maioria brasileiros indignados com o STF e sua visível e indevida ingerência política em favor de Lula. .
Tais posicionamentos preocupam e revelam que no mínimo algo vai muito mal em nossas capitânias hereditárias.